Se você passou dos 50, a plaquinha está na sua testa. Aos 60, pendurada no pescoço. Agora, se você tiver a sorte de chegar aos 70, é bom ir se acostumando. Dizem que ele, o letreiro de invisível, costuma virar outdoor.
Nas palavras do mestre Aurélio, invisível é aquilo “que, por sua natureza, não tem visibilidade, é imperceptível’’. No mundo off-line ou digital, quem nunca foi ignorado por um millennial ou um integrante da geração Z? Ou pior: chamado de velho, como se fosse uma ofensa, pelo seu próprio “gestor”?
Vamos aos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Em 2018, a expectativa de vida saltou para 76 anos. A taxa de fecundidade vem se reduzindo ano a ano. Até 2060, uma a cada quatro pessoas no Brasil será idosa. Os velhos, portanto, queiramos ou não, estarão nos dois lados do balcão — no das vendas e no das compras.
É fato. O mercado está atrás de inovação. De experiência, inteligência e de quem se apavora menos também. Portanto, o “ageísmo” é daquelas caixinhas que devem ser jogadas fora. Sim, porque criatividade, talento e capacidade de produzir não tem nada a ver com idade. E não faltam exemplos disso: estão aí o Abílio Diniz e a Luiza Trajano que não nos deixam duvidar de que inovação não é privilégio de jovens descolados.
Aos recrutadores e integrantes de RH, mais uma informação. A idade média dos fundadores de startups de sucesso é de 45 anos. Os quarentões estão inventando e ditando moda. Não só eles. Navegue pelas redes sociais e verá o tanto de gente, de todas as idades, que está aprendendo e colocando em prática as lições aprendidas nos bombados cursos de marketing digital.
Sigamos o conselho da jornalista Eliane Brum, no belíssimo texto “Me chamem de velha” (publicado na edição de 20.02.2012, da revista “Época’’), e não deixemos “que calem o que temos a dizer’’. Que eles, os rotuladores, pendurem suas placas em outra freguesia.
Então, invente-se e reinvente-se. Estude, planeje, defina o seu objetivo, eleja o seu público, trace a sua estratégia, crie as suas ações e... mãos à obra. Coloque o seu projeto para bater perna por aí, nas ruas e nas redes. Invisível? Não!
Sou uma das sócias da Textosfera, agência de comunicação cujo foco é a produção de conteúdo de qualidade. Durante 29 anos trabalhei no Jornal do Brasil, O Dia e Extra, como repórter e editora nas áreas Nacional, Política, Internacional e Cidades.